quinta-feira, 5 de março de 2015

Domingo, dia de arrumar o quarto e o coração


Domingo, dia de arrumar a bagunça que deixamos acumular por meses, no armário, nas gavetas, na prateleira dos livros, no coração…

Dia de tentar colocar tudo no lugar, dia de tentar não lembrar, dia de jogar as lembranças em uma sacola de supermercado usada e jogar fora. Dia de fazer tudo o que não estou conseguindo fazer no momento.

Meu armário está bagunçado, não mais que minha vida, que meu coração. Estou sentando no chão cercado de coisas velhas, meias furadas pra lá, cartas pra cá, o presente que não te dei no outro canto e um coração machucado aqui dentro. Não sei do que me arrependo mais, se é de ter deixado você ter ido tão longe com meus sentimentos ou de ter tirado tantas fotos com você, é um saco ter quer apagar uma por uma e lembrar de cada história que elas contam, de ter que concordar com a Cássia Eller e admitir que o pra sempre, sempre acaba.

Na verdade tomei a iniciativa de tirar tudo de velho e que não me serve mais desse quarto e desse corpo, mas cada lembrança sua é como um zumbi, isso mesmo, um zumbi que vai me revirando por dentro como se estivesse me devorando por dentro e mesmo aguentando essa dor, não posso me entregar, não posso deixar de levantar, mesmo com o peso de uma história, nossa história me puxando pra baixo. Os zumbis, ou melhor você e o que você fez não me deixam dormir em paz, não me deixam respirar sem que eu faça um esforço absurdo, isso parece o fim, o fim pra mim.

Era pra ser só um domingo sem recordações, sem fotos, sem bagunça, sem zumbis, sem você, mas só de escrever isso aqui as recordações, as fotos, a bagunça, os zumbis estão presentes, só faltou você e seu sorriso apaixonante e torturante.

Marcos Ferna

sábado, 27 de setembro de 2014

Um Caminho para Lugar Nenhum

 
 
 
E nesse caminho nebuloso, onde foi que nos perdemos? Onde foi que deixamos nossas crenças, fés, amigos, família e amores?

Nessa estrada empoeirada, onde o adeus está cada vez mais distante do abraço, onde o mundo inteiro se divide em dois, a minha parte e a sua parte. Mas me diga, onde foi que nos perdemos? Onde está todo o amor que prometemos? Onde está a eternidade que proclamamos como faz um fanático religioso?

Um buraco no caminho, que talvez me leve até você, ou ao Japão, quem sabe ao meu passado, ou simplesmente me deixe me meu lugar. O chão.

Se você soubesse o peso que um abraço pode libertar. A uns 3 quilômetros um sábio me disse que um abraço pode curar dores, lágrimas e alguns vezes até o câncer. Ele disse ainda que um abraço pode salvar uma vida.

Na verdade, eu só quero uma mão que me tire desse buraco e uma abraço que me salve dessa vida.

(Marcos Ferna)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

No Surprises - Radiohead



Sem Surpresas

Um coração que está cheio como um aterro
Um emprego que te mata lentamente
Feridas que não vão cicatrizar

Você parece tão cansado e infeliz
Bote abaixo o governo
Eles não, eles não falam por nós
Eu vou levar uma vida tranqüila
Um aperto de mão de monóxido de carbono

Sem alarmes e sem surpresas,
Sem alarmes e sem surpresas,
Sem alarmes e sem surpresas.
Silencioso silêncio

Este é o meu último ataque, Minha última dor de barriga

Sem alarmes e sem surpresas,
Sem alarmes e sem surpresas,
Sem alarmes e sem surpresas, por favor

Assim como uma linda casa, assim como um lindo jardim

Sem alarmes e sem surpresas, (tire-me daqui)
Sem alarmes e sem surpresas, (tire-me daqui)
Sem alarmes e sem surpresas, por favor (tire-me...)

sábado, 18 de janeiro de 2014

Coração Inquieto e Mente Barulhenta



É engraçado como a vida pode nos virar do avesso, um sorriso, um coração calmo e uma mente brilhante - de repente lágrimas, um coração inquieto e uma mente barulhenta.

O mar se transformou em deserto, o dia virou noite e o seu aconchego virou saudade. O tempo que planejei... planejamos foi-se tão rápido como uma noite mal dormida não foi. E como todo fim eu me enchi de perguntas, falsas esperanças, uns goles de bebida e grandes olheiras.

A porta ficou aberta, a ferida também, a ferida não quis cicatrizar e eu não quis fechar a porta, afinal, quem sabe você volta? Ou quem sabe você jogue mais alguma bomba na minha vida e destrua de vez essa dor. Não imaginei que o coração pudesse bater tão rápido e que uma mente pudesse ser tão destrutiva.

Desligo o celular, o computador, guardo sua foto e mesmo assim você vem me incomodar, me afrontar, me atormentar. Eu juro que eu brigo, eu luto, sou forte, mas é uma luta inglória onde meu adversário é meu próprio coração.

Talvez, um dia eu termino de escrever um livro, ou ao menos uma canção...

(Marcos Ferna)

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Último Suspiro
"O mundo está acabando e em você eu estarei pensando"
"O Amor que não deu certo"

domingo, 1 de setembro de 2013

Deixar Você Ir




Tem sido difícil me acostumar a andar sem pegar na sua mão, sentir suas mãos quentes e delicadas enquanto eu segurava com toda força para que não pudesse deixar você ir... Deixar você ir.

Deixar você ir... ainda ecoa nos lugares mais escuros da minha consciência, alma e coração. Como pude ser tão tolo, burro e azarado. Talvez não tenha sido culpa minha, talvez tenha sido o tempo, a saudade, a distancia, Marte, a guerra fria, talvez eu não tenha tido nenhuma culpa nisso ou talvez a culpa seja toda minha.

Por muito tempo eu me perguntei por quanto tempo dura o amor, você sabe? Quanto tempo dura o amor? E a dor, você sabe? Quanto tempo dura a dor? Quando ela vai parar? Ela vai parar, né?!

Não quero aceitar, mesmo que tenha sido culpa minha ou culpa de Marte, Vênus ou da Lua (Eu disse LUA, só você vai entender e só vai entender se ainda se lembrar. Ahh esquece). O fato é que estou aqui eu, escrevendo outro texto e assumindo não ter mais coragem de te ligar por não saber o que dizer, a voz trava, é difícil saber o que falar depois de perder o grande amor da minha vida.


Espero que você não se importe, sou só um prisioneiro das lembranças e minha sentença é sentir sua falta até o fim, talvez se eu desistir de você a dor pare, mas na verdade eu já desisti e deixei você ir há tempos e mesmo assim a dor continua a me acompanhar.


(Marcos Ferna)


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domingo, 4 de agosto de 2013

O amor da sua vida, morreu e você? Você nem percebeu...






E um dia você acorda e percebe que você mudou, que algumas feridas cicatrizaram e que alguns sonhos acabaram

Você puxa na cabeça e com dificuldade se lembra das antigas historias, uma ou outra memoria, percebe que o seu coração já não acelera quando lembra dela, você amadureceu e nem percebeu.

Toma coragem, abre o pequeno álbum de fotos empoeirado e a olha, por alguns minutos na mesma foto, a última de vocês dois juntos, abraçados, felizes. O sentimento é estranho, não é saudade, não é vontade de voltar no tempo, no máximo uma pequena nostalgia. Fazia muito tempo em que você não se lembrava dela, justo ela, a garota, mulher, deusa que te fez perder noites de sonos, te fez saber o que é soluçar depois de um choro. 

Toma uma coragem imensa, abre o computador e vai até o perfil dela, algo que alguns meses atrás era proibido, pois era uma decepção na certa ver aquela garota que te abraçava nos braços de outro, você se questiona "Por que que não deu certo?" e se dá um resposta na mesma velocidade com a lembrança de tudo que ela te fez. 


Você acorda um dia e vê que amadureceu e nem percebeu, você coloca seus tênis de corrida e planeja a corrida no parque ao invés de esperar por um sms que nunca vai chegar. Você sorri mais, escreve mais, estuda mais, se dedica mais e percebe que aquele antigo amor, hoje só é antigo e não mais amor.

Um fim foi dado, foi o acaso do tempo, sem ter percebido, sem ter pedido, foi só o tempo que tomou rédea das coisas, enquanto você vivia, ele apenas recolocou os pingos nos "is" e mostrou que o amor da sua vida, morreu e você? Você nem percebeu.

(Marcos Ferna)

domingo, 2 de junho de 2013

"O desabafo de uma antiga despedida"




Quem nunca deu uma de filósofo? Quem nunca quis ser um filósofo?
Quem nunca quase morreu de saudades de alguém, de algum lugar?
Quem nunca teve o coração apertado por um mês todo e sem saber o porquê?
Quem nunca?

Me diz, quem nunca quis um tempo para o seu "eu interior" sem ter hora pra voltar, sem ter hora pra acordar e sem pressa de amar, me diz, quem nunca?

Quem nunca quis reviver um domingo, um sábado, uma semana inteira, uma vida toda?
Quem nunca rasgou uma foto pensando que pudesse apagar as lembranças, quem nunca?

E quantas foram as vezes em que disquei o seu número, mas não liguei...
E quantas foram as vezes em que escrevi lindos textos, mas não te mostrei...
E quantas foram as vezes em que me arrependi, mas nunca disse isso à você...

E quantas foram as promessas que fizemos e não cumprimos? E quantos foram os amores que desistimos?
Tudo por medo, de sofrer, se enganar, de chorar, de filosofar, de amar.
Por medo de esperar, por medo de se decepcionar, por medo de não saber amar.

(Marcos Ferna)



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Eu Errei
As flores que não enviei
Só mais um Decepção


domingo, 31 de março de 2013

"Era só você estar aqui, comigo"




Os tempos estão mudados, não foi assim que eu planejei meu futuro, não sem você. Não é assim que eu quero que tudo termine, não em lágrimas, não sem um adeus, não assim, não assim.

Será que ainda dá tempo de voltarmos ao começo, por uma noite, por um drinque, por seu sorriso. Mas não se importe se você não puder, se não tiver tempo ou se simplesmente não quiser. Não se importe com a musica, só diga adeus.

Não quero mais ver suas fotos, não quero mais saber de memórias, esse tempo que cura tudo só me enganou, na verdade só aumentou a vontade de me jogar dessa janela em busca de uma noite, um lugar qualquer, um copo de vinho e um pouco de você nesse final de verão.

Não quero saber de seguir a vida, quando a vida me deixou pra trás, quando o destino desistiu de mim. É mais fácil culpar a vida, o tempo, a distância do que culpar o coração.

O tempo corre tão devagar quando eu penso em você e já faz tanto tempo. Era só você estar aqui, comigo, em qualquer momento, era só você estar aqui, comigo. 


(Marcos Ferna)


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sábado, 15 de setembro de 2012

"Só mais uma decepção"



E aqui estou eu nessa velha mesa de um bar minutos depois descobrir o que eu já sabia, minutos depois de o coração parar, a lágrima escorrer e lembranças me atormentarem.

Neste bar qualquer cerveja serve, só quero beber pra tentar esquecer, pra tentar não lembrar ou qualquer outra coisa que justifique tudo o que você me  fez. O cigarro acompanha, pode ser qualquer um, afinal pouco importa pra quem não fuma, só quero me distanciar, voltar pra um lugar onde não houvesse esse inferno de lágrimas, uma mesa de bar e essa musica brega.

Aqui dentro tá tudo horrível, tá uma guerra dentro do paraíso, tá doendo, tô querendo você de volta e quero que você suma da minha vida, tá fogo, tá chuva, ouve-se um silencio em meio a gritos, é um turbilhão de sentimentos, um furacão de xingamentos, uma explosão de qualquer coisa que esteja longe da tranquilidade, só não há paz, só não há sua voz, porque eu não preciso disso para saber o que eu já sabia, eu não preciso confirmar, eu não preciso te ligar, eu não preciso de mais nada, qualquer coisa me serve já que não há paz dentro de mim.

Uma blusa de uma banda de rock, os olhos vermelhos, eu definitivamente acabado por dentro, minha perna não para de bater, minhas mãos estão tremulas e por causa de algumas garrafas de cerveja eu não estou enxergando muito bem. Tudo o que eu queria era não estar aqui, mas estou, tudo o que queria era não estar escrevendo essas palavras, mas já escrevi e às vezes tudo o que eu quero é desistir.


(Marcos Ferna)


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